Maria Filha de Israel – Análise dogmático-litúrgica

Hoje começa a nossa novena, iremos percorrer a verdade da história da Imaculada Conceição, ou seja da Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Muitas histórias nós ouvimos, sobre como foi encontrada, os milagres, o Santuário, a arte mariológica que cresce de dia para dia. Mas no meio de tudo isso nós hoje vamos recuperar ao longo da novena a história da salvação que celebramos na liturgia de hoje. Maria, Filha eleita da estirpe de Israel.

  Maria, pertence a um povo a quem fora anunciada a Salvação, ela é filha de Adão por nascimento, filha de Abraão por fé, filha da Igreja pelo júbilo da excelsa Filha de Sião. Na plenitude dos tempos, a promessa divina de salvação na história aconteceu e o Filho de Deus no ventre de Maria tornou-se homem como nós! Este é o mistério do nosso primeiro dia de Novena.

Na primeira leitura o Senhor toma a iniciativa de ir ter com Abraão para escrever com ele uma história sagrada da Aliança entre YWHW e a descendência do Patriarca. Quem é esta descendência? Aquela que conserva a bênção divina, aquela que peregrina neste mundo sendo guiados pela Palavra de Deus em direção a uma promessa: mantém a fé todos os dias da tua vida, mesmo quando não entendes e EU te darei a Terra Prometida.

No Evangelho vemos de onde provém Maria: de Abraão pela fé, de David pela promessa messiânica, e o Messias é aquele que liberta da escravatura idolátrica da Babilónia, e em toda a genealogia encontramos esposos, pais e quatro mães. 

  • Tamar que recebe vida do genro mas assegura descendência;
  • Racab que apesar o seu trabalho como meretriz salva os hebreus pela fé e obras; 
  • Rut viúva que nas novas núpcias irá conceber em Belém;  
  • Betsabea, a adúltera de David mas mãe de Salomão que sucedeu no trono a seu Pai.

No final de toda esta história contorcida nos encontros e desencontros do sentido da história da Aliança aparece a última mulher, Maria, cumpriram-se os tempos definitivos. Ela é a Esposa de José da Casa de David, e dela e apenas dela nasce Jesus chamado Ungido. Depois de Maria já não temos mais genealogia daqueles que nasceram na promessa da carne e no sangue como aconteceu a partir de Abraão, mas apenas aqueles que nascem de Deus, do Espírito pelo Batismo e é assim que a Igreja, Mãe pelos Filhos e Virgem pela eleição aprende com Maria a viver a Nova e Eterna Aliança.

Deus escolheu AbraãoDeus escolheu Maria
Deus inicia na história humana do velho Patriarca um novo caminho para a humanidadeDeus inicia na história humana da Jovem Esposa um novo caminho para a humanidade
Abraão é mediador de um itinerário de fé silencioso e obediente em diálogo com DeusMaria é mediadora de um itinerário de fé silencioso e obediente em diálogo com a Trindade na Anunciação e com o Filho ao longo da vida
Abraão é o homem que vive da escuta da Palavra, Deus fala e o homem ouve, as palavras de Deus criam e fazem acontecer a história até que esta se cumpra na perfeita aliança.Maria é a mulher que vive da escuta da Palavra, Deus fala e Maria escuta e interroga e obtém resposta, as palavras de Deus criam e fazem acontecer na história a Aliança que não tem fim porque Deus se fez história, homem, Palavra

Nas orações que rezaremos a seguir será dito sobre as oferendas:

  • Recebei, Senhor, estes dons e transformai-os, por vosso poder, em sacramento de salvação, no qual tendo cessado os sacrifícios da primeira aliança, se oferece o verdadeiro Cordeiro, Jesus Cristo, nascido de modo admirável da Virgem Imaculada.

E no prefácio:

  • Vós constituístes a Santa Virgem Maria como plenitude de Israel e princípio da Igreja
  • para manifestar a todos os povos que a salvação vem de Israel e que a nova família brota do tronco escolhido. 
  • Pela natureza filha de Adão, Maria reparou com sua inocência a culpa de Eva, a primeira mãe. 
  • Pela fé descendente de Abraão ela concebeu em seu seio, porque acreditou; pela geração é ela a vara de Jessé, que floresceu em Jesus Cristo, Senhor nosso.

Aqui encontramos o início da novena de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

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Neste segundo dia de Novena, nós vemos a promessa de Aliança concretizada em Maria diretamente, é feita memória no dia 25 de Março, 9 meses antes do Natal, no 4º Domingo do Advento.
Nos santuários Marianos quando celebramos este momento crucial da história da salvação nós celebramos a Incarnação do Verbo no ventre de Maria e assim a criação do primeiro santuário cristão: o ventre de Maria. E este Santuário foi o resultado de um Sim!

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