Credibiliidade da Revelação cristã na Mariologia Bíblica

Introdução

São Pedro convida os cristãos a «estar sempre prontos a dar uma resposta a quem pede uma explicação da esperança que há em vós» (1 Pd 3,15).

A ordem de Pedro envolve várias coisas. 

A esperança, de que fala o Apóstolo, está no fundamento da fé, de modo que é essa fé que deve ser contabilizada, em sua concretização histórica e existencial, modulado na e pela esperança. 

O sujeito responsável pela resposta são os cristãos como “vós“; “dar resposta” pertence não só aos indivíduos, mas sobretudo a toda a comunidade eclesial. 

Os destinatários da resposta são os homens que estão com os cristãos onde e como estiverem, interlocutores reconhecidos de direito perante os crentes em Cristo.

a) O convite de Pedro é obrigatório, porque a “resposta” exige que os cristãos estejam «sempre prontos»; e exige a obediência da fé.

b) Os cristãos devem saber que os homens têm o direito de questioná-los, de modo que cabe tanto a eles, quanto à fé:

obedecer a Deus que fala;

obedecer aos homens que questionam. 

c) O método que inicia a resposta requer, por um lado, que os cristãos estejam no Deus da fé sob cujo julgamento vivem e, por outro, que escutem os homens a quem devem prestar contas da fé.

Em outras palavras, “dar resposta” só é possível na escuta «dialógica» de Deus e dos homens. São Pedro acrescenta que a resposta não deve ser apenas verdadeira, mas também reconhecível, porque é oferecida «com mansidão e reverência, tendo uma boa consciência» (v. 16). A resposta, de fato, exige do fiel o compromisso de vida e adverte-o de que ela não é dada por um professor, mas por uma testemunha. A doutrina do cristão, portanto, repousa sobre o fundamento de seu testemunho.

O que significa que a resposta nunca pode ser gnóstica, mas o fruto emergente do discipulado de Cristo. De fato, Pedro diz que a razão da resposta do testemunho está na atitude radical do cristão, empenhado em «venerar» Cristo Senhor que está em seu coração (v. 15).

A advertência de Pedro constitui a carta fundamental de obrigação dos cristãos para conhecerem a Revelação. É a isso que os cristãos e a Igreja se referem em seu encontro racional e responsável com os homens, fiéis ou não. 

Contudo, somos filhos de uma história, e ao longo dessa história de forma desigual e até alternativa foi-se sublinhando um ou outro aspecto até se tornarem através da sua radicalização confessionalista uma «oposição». 

Uma está presente na tradição dos católicos, a outra na dos protestantes

Na tradição católica, pelo menos nos últimos três séculos, tem se empenhado em uma resposta objetiva dominada pela racionalidade e conduzida com o critério da ciência. Com uma preocupação óbvia: colocar o universo da fé no mesmo patamar do rigor lógico exigido pelo incrédulo como método de suas aquisições cognitivas, tanto científicas quanto ético-históricas. Esta resposta já não é sustentável porque imaginava poder tratar a Revelação como um fato substancialmente adquirível, de modo que a fé permanecesse fora dela, quase um simples ato de acreditar para ter acesso ao objeto revelado. 

Por exemplo, na definição de fé no catecismo de Pio X, lemos que a fé é a adesão à verdade revelada com base na autoridade atestante de Deus, o garante jurídico da revelação a ser acreditada. 

Esta definição, não se sustenta por reduzir o «testemunho à esfera subjetiva», portanto, à esfera ética. A fé era assim externa à Revelação, para que pudesse permanecer independente disso. Como um projeto objetivante em que o universo subjetivo-testemunho foi assumido, sim, pela Igreja, mas também como instituição histórica e objetiva, e verificável com o mesmo método histórico-positivo ou metafísico lógico.

A Igreja protestante, por outro lado, sempre foi polemicamente colocada no pólo oposto em função da contradição entre a “theologia gloriae” e a “theologia crucis” (Lutero) resolvida na história em favor desta última. A acusação é feita contra o catolicismo ao ter rebaixado a revelação a um “objeto” da Igreja, relegada ao seu arbítrio humano. Por consequência, a resposta sobre a fé está no «testemunho» do qual a doutrina é apenas a formulação conceptual contingente. Para a visão protestante o universo da fé não está disponível para o homem, como tal não podem ser realizadas formulações lógico-científicas e ético-experimentais. A razão do homem só pode estar na obediência da fé, porque lhe falta qualquer acesso à Revelação, que não seja pela graça, e no poder do Espírito. Consequentemente, o testemunho dos cristãos torna-se o único lugar onde ressoa o apelo crítico de Deus, chamando o homem a sair de suas próprias razões para enfrentar o escândalo humanamente incompatível de Deus: a apologética doutrinária. Concluindo, para a teologia protestante é apenas racional a experiência e a relação. 

Durante séculos a tradição católica privilegiou o conteúdo da Revelação, para ficar na fé, e colocou de lado a Revelação enquanto comunicação de Deus, reduzindo o conteúdo à ciência humana.

A tradição protestante, por outro lado, privilegiou o conteúdo da Revelação, colocando-o como completo e exclusivamente aberto para o fiel, prescindindo de um juízo racional autônomo. 

É evidente que estas duas tradições não são o fruto de si mesmas ou de seus próprios princípios. São o reflexo de duas antropologias que consideram o homem, respectivamente, disponível ou não a Deus, ou seja, são fruto de uma pré-compreensão teológica radical que afirma (católicos) ou nega (protestantes) a possibilidade de uma justificação da presença de Deus no mundo apesar de todos os males. 

Nos dois extremos: 

  • segundo a tradição católica, o discurso sobre Deus é possível ao homem a partir de sua própria autoconsciência, em que ele se percebe disponível a Deus ou à sua intervenção (capax Dei); 
  • Segundo a tradição protestante, o discurso sobre Deus é possível ao homem a partir da negação de si mesmo, à qual Deus o chama, para que, deixando a sua própria racionalidade, lhe seja dada a oportunidade de entrar na contradição da Cruz (nada+pecado).

É evidente que a formação da tradição católica e a oposição da tradição protestante são fruto de um contexto polêmico, que impediu de imediato uma reflexão livre e serena. A parcialidade das duas posições é clara para todos hoje. 

Por esta razão, a compreensão das razões da fé hoje já não pode ser apenas a Revelação como objeto a ser estudado nem como sujeito que não possa ser dito comunitariamente, por isso no âmbito mariológico falamos de mariologia bíblica integral.  

A “integralidade” da mariologia atual acredita que pode recuperar e recompor o duplo dado petrino a partir da certeza de que o homem, apesar de estar diante de Deus e fora de Deus externo, está sempre na sua presença. Deus fala ao homem, para que cada Palavra de Deus, precisamente porque se dirige a ele, o coloque na Revelação e é neste diálogo de Revelação que encontramos Maria na Anunciação.

A revelação, portanto, ao mesmo tempo que declara Deus disponível ao homem, com o mesmo movimento declara o homem disponível a Deus, por isso ouvimos o Eis a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo  o que disseste

Com uma consequência precisa: Deus não é mais pensável sem o homem (Encarnação), assim como o homem não é de modo algum pensável sem Deus (Assunção).

Maria não pode ser considerada «em si mesma» a sua historicidade sempre a colocou dentro do plano de salvação inaugurado por Deus com a criação. Essa historicidade impede a pura objetividade ou – como se costuma dizer – uma mariologia metafísica, no sentido de que a Virgem entrou na vida radicalmente destinada a Cristo; tal como Maria no Magnificat também a nossa história é sempre e somente a história da salvação. Isso significa que Deus, Maria e com ela todos os homens estão na exclusividade de uma história da salvação. 

A Mariologia bíblica adverte que a visão do homem revelada por Deus pode ser compreendida de forma metafísica apenas no contexto de uma criação dinâmica que intervém sobre cada vida, cada história pessoal e comunitária para dar a forma de Cristo. Consequentemente, a mariologia bíblica exige ser integral no fundamento desta antropologia integral. As respostas podem ser várias, porém uma certeza vem da Revelação: o homem não é Homem, mas este homem, porque é um homem desta história

Necessitamos deste esclarecimento para colocar na devida perspectiva o problema que diz respeito à credibilidade do cristianismo, de modo a podermos falar da sua disponibilidade ao homem, como o homem recebe a Revelação, não só na sua condição de historicidade, mas sobretudo na sua condição de homem que progressivamente, se encontra a si mesmo neste diálogo entre projeção pessoal e encontro com Deus que se revela

Os pontos que pretendemos destacar são: 

  1. o significado de credibilidade em relação à Revelação e à Fé;
  2. a mediação mariológica como contexto de apreensão do significado dos sinais de credibilidade; 
  3. a figura de Cristo como a personalização consumada dos sinais de Deus
  4. a profecia e o milagre de Deus como sinal emergente e privilegiado;
  5. Maria como a dialogante com a Palavra

Ao longo do nosso percurso tenhamos sempre em mente o mandamento formulado por Pedro.

a) o significado de credibilidade em relação à Revelação e à Fé

Santo Agostinho: falando de Cristo, declara: “Visus est homo deinde creditus est Deus” [O homem foi visto, então Deus foi acreditado]. Conforme a tradição dos Padres dos primeiros IV séculos, o visus é histórico, isto é, experimental, segundo a dinâmica da encarnação quando olhamos para a história da Salvação. O visus agostiniano implica um Cristo em que, por um lado, o processo de fatos e palavras que prepararam o seu evento chega a um cumprimento histórico e, por outro, abre-se um itinerário que vai para além da realização histórica, ou seja, a realização escatológica e é isto que significa a Mariologia bíblica integral porque abarca o homem em sua integralidade dinâmica. Isso significa que a primeira tradição cristã não conheceu uma mediação entre Cristo e o homem de natureza essencialista e estática como depois a filosofia platônica ensinou. 

Essa mediação (Deus-Maria-Igreja) foi e só poderia ser dinâmica, segundo as categorias de historicidade aberta, presente e futura. Um encontro sempre datado. 

Como proposta consequente, todo discurso sobre Cristo feito ao não-cristão só pode ser colocado dentro da existência da testemunha que fala dele, para que o ouvinte possa reconhecê-lo, no sentido de que o cristão e o não-cristão compartilham uma humanitas fundada no logos, já ocorrendo no coração humano (logos spermatikós [a semente do Verbo]). 

A credibilidade da Revelação e como tal da Mariologia bíblica adquire assim a sua razão de ser a partir de dois fatos:

1) A Revelação, por se dirigir ao homem, não podia deixar de estar disponível ao homem; 

2) O homem é reconhecido por Deus como capaz de acolhê-lo. O que quer dizer que a revelação tem Deus e o homem como seu referente permanente. Portanto, não existe uma mariologia bíblica que possa prescindir da criaturalidade feminina de Maria, a absoluta transcendência de Deus e da divino-humanidade de Jesus. 

A Revelação pode ser reconhecida pelo não-cristão pela força conclusiva demonstrada pelos testemunhos dos fiéis, acima de toda a experiência humana, seja ela ética, religiosa ou até mesmo reflexiva, dentro da qual o não-cristão coloca responsavelmente a radical questão sobre a existência. A credibilidade do Evangelho tem a sua raiz em Deus, em relação ao qual, o homem, sempre devido a Deus, está aberto porque responde a uma proposta.

O problema da credibilidade da Revelação que atinge a Mariologia bíblica surge hoje enquanto se denota a insuficiência do discurso clássico, que considera a credibilidade como resultado da racionalidade interna, considerada homogênea à racionalidade pura do homem. Em termos mais concretos, a partir do momento em que fazemos uma demonstração de Deus, logo todo o homem racional irá acreditar, pois a razão da Revelação e razão do homem coincidem…

Qual é o problema?

A formalização conceitual passa por cima da historicidade do homem e da Revelação, no sentido de que ambos seriam tratados como objetos, apreendidos a partir de fora e a partir de cima da experiência histórica. 

Mariologia bíblica atualmente considera a credibilidade como o componente histórico-antropológico da Revelação. Portanto, a forma de interpretarmos deve ser escolhida, devido à certeza colocada pela Revelação. Dessa forma, o tipo de credibilidade a ser pensado, embora submetido à verificação crítico-antropológica, pode ser afirmado por clareza teológica e não por clareza filosófica.

Isso determina uma série de indicações metodológicas que podem ser formuladas da seguinte forma.

Em primeiro lugar, por credibilidade queremos dizer a «verdade significativa».

O «significado» de que estamos falando aqui diz respeito a fatos e palavras, no sentido de que “fatos” referem-se a “palavras“, de modo que estas dão sentido ao que os “dados” produzem.

As palavras remetem aos fatos, de modo que estes revelam a densidade hermenêutica e explicativa das palavras. Isso significa que a significação impede que o discurso sobre a verdade permaneça interno a si mesmo e o obriga à conjugação existencial, em que a verdade sempre se refere ao homem em sua totalidade histórica. 

Pergunta:

O que aconteceu na encarnação tem um valor universal localizado no tempo, ou a vida de Maria tem uma influência concreta em cada um dos fiéis que ouvem e concebem a Palavra dentro de si, entregando através do anúncio e do testemunho Cristo ao mundo?

Isso significa que a primeira das verdades é o homem em sua realidade ôntica, onde a verdade anunciada encontra o lugar essencial e justamente para ser aceita e compreendida. Em outras palavras, o homem da verdade, é, então, a verdade do homem, é o lugar exclusivo onde a verdade é oferecida para vir à luz sob todos os aspectos.

Por conseguinte, a credibilidade da Mariologia bíblica deve ser o resultado de uma tripla exigência antropológica:

1- O habitat da verdade é a história. Isto significa que o horizonte onde a verdade está à disposição do homem é a temporalidade. Ou seja, o acesso à verdade se abre a partir da experiência, tanto interna, no santuário do nosso coração, quanto externa, na vida de relação com Deus, com o mundo e com os que me rodeiam. O homem já se encontra ali, devido à tradição da qual o momento presente jamais se poderá desprender dela como pura singularidade, como se a história começasse com ele. 

Assim, Maria se dispõe ao conhecimento revelado pelo Anjo e que lhe revela a credibilidade do ser e do fazer a partir da historicidade total, que se recolhe nela para se preparar para o futuro, que parte apenas dela, como uma história que tem sentido (Missão do Filho).

2- A verdade é dita na palavra. Isto significa que a  credibilidade encontra-se na forma de discurso, diálogo mais do que da fórmula. Por outras palavras, o discurso da e sobre a verdade depende da verdade do discurso que dela fala. A verdade é sempre e somente acessível enquanto é dita (o Verbo encarnou no diálogo entre Deus e Maria). O seu status é linguístico e semântico, de modo que está disponível de forma rigorosamente hermenêutica, tempo, história e espaço. O fundamento da relação fato-palavra emerge nessa certeza, no sentido de que o fato, enquanto se distingue da palavra que o narra, encontra sua realização nessa palavra, porque é fato-palavra (Deus disse e tudo foi feito, ele falou e tudo foi criado). O mesmo vale para a palavra. Diz-se dentro da realidade, não se confunde com a realidade, mas cria na realidade devido à historicidade do homem que a diz e isto leva ao significado 

3 – A história está sempre em condição de mediação. Porque enunciada, ela se manifesta ao homem e o homem nela se manifesta através dos sinais. Atos e palavras, isto é, nunca são conclusivos. Por quanto possam pertencer a um momento espiritual de uma realidade, ao mesmo tempo, em que se revela na realidade, também a transcende, pela prontidão para se expressar, justamente por ser realidade em outros contextos culturais.

Resumindo

Toda busca de credibilidade, de e de revelação deve respeitar hoje esta tríplice condição, da qual a Mariologia bíblica não é exceção

A leitura bíblica da pessoa de Maria hoje é antropologicamente mais madura e reflete a necessidade de uma seriedade mais experiente e mais consciente. Apesar disso, é igualmente certo que esta leitura é a única capaz de oferecer um discurso cristão que tenha um sentido para o homem contemporâneo. E ainda: a metodologia que se propõe faz jus à realidade cristã, que hoje se recupera em sua totalidade como Palavra de Deus:

acontecimento ou evento

fato e discurso,

, entendida como fato e discurso do homem que responde à Palavra de Deus que o questiona. 

A possibilidade de um discurso unitário, com uma única metodologia crítica, sobre revelação-fé, tradição-inspiração, dogma-magistério e consequentemente Mariologia.

Como identificar os sinais de credibilidade?

O critério é formado pelos problemas teológicos e histórico-fenomenológicos particulares colocados pela exegese dos textos e fatos cristãos: a Bíblia, Cristo e a Igreja. A impossibilidade de ler com o critério fundamentalista é certa para todos, como se fossem textos e fatos livres de qualquer mediação, numa suposta objetividade pura e sem telas. A mediação pertence ao estatuto próprio de todo fato histórico. O fato é tal porque é posto pelo homem, de modo que, enquanto envolve o homem, permanece envolvido pela percepção humana.

Um fato torna-se histórico quando passa pela experiência do homem que não pode nem se dar a si mesmo senão nessa mesma experiência. Por isso é certo que a história só está disponível em termos hermenêuticos, no sentido de que a tradição, como história das doutrinas, é o lugar crítico-consciente da história em sua construção.

A experiência cristã de Maria é a interpretação vivida pela Revelação, aceita e expressa na fé, onde a Revelação é dada para se manifestar. Isso não significa que a revelação se torne fato (objetivo) devido à criatividade da fé (subjetiva). Em vez disso, significa que o evento-revelação está disponível ao homem apenas pela fé, o qual, enquanto pertencente ao evento, manifesta a sua significativa historicidade. A Mariologia bíblica está sob a orientação dessa certeza.

Consequentemente, os títulos de credibilidade da Mariologia bíblica na mensagem cristã que propomos passam por essa prova. 

Trata-se, então, de examinar sua consistência, seguindo as etapas da

1 – profecia;

2 – do milagre;

3 – da encarnação de Cristo.

Profecia, milagre, encarnação: credibilidade objetiva

A Mariologia bíblica clássica valorizou o argumento da profecia (Is 7,14) e do milagre (Natal da Virgem) de forma absolutamente privilegiada em favor de uma demonstração da divindade de Cristo. Atualmente, os muitos problemas colocados pela exegese suscitaram considerável perplexidade, de modo que é possível observar um declínio maciço do interesse, que chega ao limite da desconfiança. Quase parece que o milagre e a profecia são considerados meios ingênuos e insustentáveis, pois não atendem às necessidades culturais do homem moderno. Trata-se, então, de retomar a argumentação de forma nova e metodologicamente correta. Tentemos!

Profecia

Os biblistas acreditam ser apropriado falar de profecia dentro do próprio uso que a Escritura faz dela, que apresenta o Novo Testamento como o lugar onde as Escrituras se cumprem. As expressões são: segundo as Escrituras; prometido pelos profetas nas Sagradas Escrituras; para que se cumpram as Escrituras, como anunciado pelo profeta (cf. 1 Cor 15,3ss.), entre outras.

A síntese é dada por Paulo, que coloca todo o mistério pascal sob o juízo do Antigo Testamento (Rm 1,2ss.). A perspectiva não responde apenas à perspectiva interpretativa da Igreja primitiva. Os Evangelhos fazem a comparação segundo o testemunho que dão do ensino de Jesus, que pregou colocando em paralelo fatos e palavras em continuidade com a mensagem do Antigo Testamento. Trata-se, portanto, de compreender o significado dessas afirmações. O cumprimento mencionado aqui não é apenas sobre profecia ou profecias. Jesus é explícito a esse respeito: «Não vim abolir, mas cumprir a Lei e os Profetas» (Mt 5,17). Lei e Profetas: o cumprimento, ou seja, não é fruto de uma “profecia” que contestou a lei da época, a realização tem um significado mais amplo. Refere-se ao ato pelo qual «é dispensado o mistério oculto em Deus desde o princípio» (Ef 3,8). Cristo é o cumprimento, e é toda a Escritura que encontra o seu destino nele.

O uso correto da “profecia” requer, a consciência de várias coisas:

1- a profecia no sentido específico da palavra dos profetas é uma promessa e nunca uma previsão. Quando é previsão, só o é a médio prazo, com um significado que o transcende, porque se encontra no quadro mais amplo da promessa (cf. 2 Reis 9-20). Isso é reafirmado pelo fato de que a profecia não diz respeito apenas ao futuro: é a Palavra de Deus que, com o mesmo movimento, também põe em julgamento o passado e o presente. O futuro faz sentido na perspectiva do passado, como lugar da promessa; assim como o passado ganha sentido no futuro para o qual está destinado. 

2 – A profecia-promessa tem caráter escatológico tem valor não como discurso sobre os fatos, mas como discurso sobre o fim ao qual estão destinados os fatos. Isso exige uma leitura da profecia sempre pautada por essa categoria para que cada momento da história narrada se abra para além, para o futuro que a condiciona. Isso significa haver uma hierarquia de valores, devido ao caráter histórico-dinâmico da antropologia. Deve ser respeitado, tendo em conta que o conteúdo explícito e prometido sempre e apenas diz respeito à Salvação. Refere-se a Cristo, de modo que a promessa, ao falar de Cristo,  deixa o critério histórico do cumprimento de sua forma  inteiramente a Deus.

3 – A linguagem própria da profecia se move dentro do regime escatológico da promessa. Articula-se na forma literária do oráculo que se estrutura de forma simbólico-realista. A forma simbólica é a projeção de uma experiência vivida de alguma forma, porque já aconteceu: “êxodo”, “terra prometida”, “o templo”, declarado, em perspectiva, “nova”. O “novo” se expressa pela carga simbólica das imagens, que veem como “unidade” o que ninguém pode experimentar, justamente porque é radicalmente “novo“. A forma realista é a concretude dessa “prefiguração”, porque reflete em sua figura o sentido mais profundo da experiência existencial do homem (a virgem conceberá). A linguagem filtra a realidade e evidencia a sua significação religiosa posta em ação ao final, por meio de um discurso de imagens que, embora partam de uma experiência já vivida, a transcendem para uma experiência esperada, que justamente, ainda que esperada, permanece sempre experiência.

Resumindo

A profecia de Cristo é Cristo que se coloca no centro da história salvífica. Leva a Cristo, para que se decida sobre ele. A profecia é o pedido radical por esta decisão. O fiel lê a profecia em Cristo; o incrédulo é questionado, devido à profecia, sobre a identidade que Cristo reconhece e sobre o sentido que dá ao seu ministério. É esta identidade e este ministério que o não fiel deve verificar, pelo peso concreto que manifestam na vida dos discípulos e pela determinação que podem provocar na sua vida pessoal.

O milagre

Os milagres não podem ser analisados com o critério iluminista e positivista. São certamente fatos históricos, que a exegese, em todas as suas formas, ajuda a esclarecer. No entanto, eles são, antes de tudo, “sinal” e “promessa” escatológica. Esta é a perspectiva com que a Mariologia bíblica se deve preocupar. Deve vencer a tentação fisicalista que todos nós temos, que considera os “milagres” como “objetos“, disponíveis para “demonstrar” a credibilidade da revelação de que são o aval físico-racional. O milagre não pode ser uma prova nesse sentido. O discurso bíblico sobre os milagres é preservado para nós pela mediação da fé da comunidade dos fiéis, dentro da qual a memória dos fatos se tornou um livro. Uma fé que certamente não é a fonte dos fatos, mas que é a fonte para compreender seu significado. As histórias verdadeiras revelam seu significado de concretude e verdade somente a partir dessa fé, a única capaz de percebê-las com precisão.

Este esclarecimento de grande significado para a Mariologia Bíblica recupera a Tradição patrística, particularmente sensível à perspectiva salvífica, abandonada pela teologia e pela apologética iluminista e pós-iluminista. A recuperação, então, de um discurso sobre a Revelação e sobre Cristo a partir de milagres requer que tenhamos em mente vários aspectos:

1 – A natureza não extraordinária do milagre como um fato físico. Jesus declara que milagres também podem ser realizados por falsos profetas (Mc 13,22-23; Mt 7,22). Nisto retoma uma admoestação já presente no Antigo Testamento (Dt 13,2-6). Isso significa que o milagre exige um compromisso de discernimento das testemunhas, para não confundir o “sinal” que lhes foi oferecido. A presença ou ausência desse discernimento pode, de fato, causar sua inutilidade, como aconteceu com as cidades da Galiléia (Mt 11,21-24); podem quebrar o padrão religioso das testemunhas, como aconteceu com os líderes espirituais de Israel, para que os “milagres” não sejam percebidos como “sinais” de Deus (Mc 3,22; Mt 9,34, Jo 5,l8); enfim, podem envolver testemunhas em diversos níveis: da fé imperfeita (Jo 2,23-25) à fé séria e declarada (Jo 6,68-69; 9,38). Os milagres, portanto, não são “acontecimentos” anônimos: eles são enquadrados em um esquema de valores, de modo que Jesus declara explicitamente que os “sinais” mais espirituais têm relevância (Lc 16,31; Jo 14,11).

2 – Jesus rejeita o milagre como uma curiosidade. Tanto o exasperado que “tenta” a Deus (Mt 4,5-7), como o da incredulidade que pede “sinais no céu” (Mt 12,38-39), e o da futilidade competitiva dos nazarenos (Lc 4,23). Não há lugar para o milagre “maravilha” (Lc 23,8-9). Jesus é rigoroso. O milagre não reflete suas vantagens pessoais, nem mesmo na cruz, onde está em jogo sua vida (Mc 15,31-32). Jesus realiza milagres com sobriedade e discrição. Muitas vezes ele os esconde da multidão para entregá-los aos mais próximos, ou seja, a quem pode entender melhor o significado. E a economia do silêncio nesse sentido é testemunhada por Marco. Em outras palavras, Jesus parece “rebaixar” o milagre diante do significado da mensagem que anuncia (Jo 9, 35-41). Naturalmente, Jesus também realiza milagres públicos e solenes (Mc 1,32-34; 5,25-34). Ele até envia os “curados” ao templo, em obediência à lei. Seu interesse, no entanto, nunca é privado. Eles sempre manifestam os títulos de seu ministério messiânico. É por isso que ele ordena que o endemoninhado liberto proclame o que aconteceu com ele por toda a incrédula Decápolis (Mc 5,19-20). São João resume isto afirmando que os milagres são dados «para que se creia que Jesus é o Cristo, o filho de Deus, para que, crendo nele, tenhamos vida em seu nome” (Jo 20, 30-31)».

3 – O discurso bíblico deve falar de milagres sem triunfalismos indutivos. O inusitado não corresponde à lógica evangélica. Israel teve uma história de milagres muito mais gritantes, comparados aos quais os evangélicos são escassos e modestos. O que importa notar é o sentido posto em movimento por Jesus: eles certificam que o Reino de Deus chegou (Mt 12,28) e realizam a presença da sua pessoa. O milagre é um apelo que chama à fé e à decisão em Cristo. Por isso não se deve esquecer que o milagre tem dentro de si um desafio: abre e fecha à fé. Precisamente, ele pede discernimento, porque onde o Espírito de Deus acontece e atua, o homem deve estar disponível. 

A Mariologia bíblica deve enfatizar essa disponibilidade, colocando a ênfase no Cristo dos milagres, ao invés dos milagres de Cristo. Trata-se sempre de introduzir as condições para que o incrédulo encontre a pessoa de Cristo em toda a sua obra.

Maria: a fiel ouvinte da Palavra

Deve-se advertir imediatamente que não podemos nos contentar em chamar Maria e considerá-la uma fiel, mas devemos nos esforçar para chamá-la de A fiel. Por haver escutado a Palavra, é fiel. Por isso São Paulo pode afirmar «Fides ex auditu» (Rm 10,17).

Ela é a Fiel pelas mesmas razões: por escutar a Palavra, mas o faz com uma intensidade, continuidade e vastidão insuperáveis. Por ser a criatura do Verbo, Maria é também a Fiel nascida do Verbo, consolada, motivada, alimentada ao longo de sua existência como Discípula e Mãe Messiânica.

1. No Princípio é a Palavra

Antes de tudo, a primeira criação começou com a Palavra.

Ao dizer “No princípio era o Verbo“, João evoca a primeira frase da Bíblia que diz: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1,1). Deus criou tudo através de sua Palavra. “Fala e tudo está feito” (Sl 33,9; 148,5).

Todas as criaturas são uma expressão da Palavra de Deus, esta Palavra viva de Deus, presente em todas as coisas, resplandece nas trevas. A escuridão tenta apagá-lo, mas não consegue. A busca de Deus, sempre nova, renasce no coração humano. Ninguém pode encobri-lo. Não podemos viver sem Deus por muito tempo!

No Prólogo do seu Evangelho, João descreve o caminho do Verbo de Deus: Ele estava ao lado de Deus, desde antes da criação, e através dela tudo foi criado. Tudo o que existe é expressão da Palavra de Deus, como acontece com a Sabedoria de Deus (cf. Pr 8,22-31).

Também a Palavra quis se aproximar de nós e se fez carne em Jesus, na sua missão e voltou para Deus. Jesus é esta Palavra de Deus. Tudo o que ele diz e faz é uma comunicação que nos revela o Pai.

Assim como a primeira criação começa a partir da Palavra, a nova criação começa novamente a partir da Palavra:

«Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem, desposada com um homem da casa de Davi, chamado José. A virgem se chamava Maria. Entrando nela, disse: “Alegra-te, cheia de graça: o Senhor está contigo. […] E eis que conceberás um filho, o darás à luz e o chamarás de Jesus”. […] Então Maria disse: “Eis a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo afastou-se dela» (cf. Lc 1,26-38).

O encontro entre a Palavra de Deus e o Sim de Maria inicia os novos tempos. A Anunciação é um acontecimento decisivo na história da salvação, pois marca a passagem da primeira à nova aliança; e é um acontecimento que marca também a viragem decisiva na existência de Maria, precisamente com a aceitação da fé desde o início. Por isso o Catecismo da Igreja Católica n. 494 afirma: «no momento da Anunciação, ela decide existir totalmente com base na fé. Por fé, doravante, ela não é nada, e tudo o que ela é é um ato de fé. (Catecismo da Igreja Católica (1992).

O nome cristão-marialógico desta obediência é a fé, citando a conhecida expressão paulina: ao anúncio angélico que lhe oferecia uma maternidade humanamente impossível (“não conheço homem algum…”), Maria responde com “a obediência da fé” (Rm 1,5).

CONHECEMOS MARIA ATRAVÉS DA ESCUTA DA PALAVRA

Maria se apresentou nos Evangelhos ouvindo e dialogando com a Palavra

O diálogo com a Palavra. É um detalhe decisivo para compreender o mistério mariano, tê-la conhecido pela escuta da Palavra: é, em certo sentido, a sua postura fundamental, a sua condição existencial básica. De fato, tendo começado a sua aparição no Evangelho pela escuta da Palavra, isso é relevante para a definição do cristianismo como religião da Palavra, passando assim a ser, Maria, símbolo do cristianismo. De fato, os fiéis são, por essência, ouvintes da Palavra, ou melhor, «os que praticam a palavra e não somente ouvintes» (Tg 1,22). 

Mas, se é verdade que a Palavra de Deus conserva o seu sentido mesmo que não haja quem a escute, não é menos verdade que a escuta é a finalidade que o locutor se propõe subjetivamente e a Palavra exige objetivamente. Maria, como membro de Israel e como rebento da Igreja da nova aliança, mostra-se totalmente imersa na lógica inextricável da escuta-anúncio, que vê Deus e seu povo empenhados na escuta mútua. Assim, Maria sente-se parte de um povo de escuta, o mesmo do Shema Ishrael Ouça, Israel! (Dt 6,4): é o ‘Credo‘ do povo eleito para o qual a escuta foi um tema pedagógico fundamental ao qual Deus, por muito tempo e com muitas vozes, iniciou e formou seu povo (Dt 6,4; Am 3,1; Pr 1,8). 

Em Nazaré, ponto nodal da história da salvação, não é mais a assembléia do povo eleito que é questionada sobre a Aliança, mas uma pessoa individual, a virgem de Nazaré, em cujo seio Deus decidiu vestir nossa carne, como sinal inicial da nova e eterna aliança.

A força e a beleza da resposta sim de Maria à Palavra de Deus

Na Anunciação existe um diálogo de aliança que evoca a aliança celebrada por Deus com Abraão (cf. Gn 15) e com Moisés (cf. Ex 24). O arcanjo Gabriel comunica aos homens a proposta de Deus de enviar o Filho como Salvador, e Maria, mesmo com a singularidade de um sim pessoal, responde em nome de toda a humanidade, permitindo o nascimento do filho, que é o Messias (cf. Lc 1,33), o Filho do Altíssimo (cf. Lc 1,32), o Filho de Deus (cf. Lc 1,35). O consentimento de Maria à proposta angélica tem um caráter inovador e decisivo, pois sela uma nova e definitiva aliança de Deus com os homens. O sim de Maria faz a transição do Antigo ao Novo Testamento, do tempo anterior a Cristo ao tempo de Cristo. 

Estamos diante do evento decisivo da história humana, porque nela se cumpriu o anseio pela salvação dos povos, simbolizado e representado pela esperança de Israel: em Maria, a expectativa universal do Messias uniu-se a uma expectativa totalmente pessoal, que ela certamente não poderia ter especificado, é o evento decisivo na vida de Maria. Aqui está o acesso a toda a sua existência.

O sim pronunciado por Maria na Anunciação abre-se como uma estrela a outros sims pronunciados na história da salvação: 

  1. ao sim do Criador (“fiat lux…”) dirigido à criação, ligando-se à beleza das obras do Pai; 
  2.  sim de Cristo ao Getsêmani, voltado para a criação escatológica que se realizaria no próximo mistério pascal, evocando a beleza da segunda criação, resplandecente pela condição filial dos remidos.

A beleza de um diálogo entre Maria, criatura, filha de Deus

O Mistério de amor, para refazer a história com leitura como o Evangelho de Lucas nos apresenta, a Anunciação parece ser composta de um anúncio-pergunta e uma escuta-resposta (cf. Lc 1,26-38): o anúncio vai ao encontro da liberdade da Virgem, por isso chamada e exortada ao serviço da redenção. Mas aqui existe uma aparência da mais singular beleza: oferece o acontecimento que faz contemplar o encolhimento do tudo no fragmento; a bela surpresa ocorre a do tudo que se concentra humildemente na porção, na vida de uma criatura, Maria de Nazaré: neste instante a sua vida pessoal e a história da revelação, que vale para todos, coincidem!

Depois disso, na Anunciação, toda a revelação se comprime no fragmento da existência mariana, acontece que a Virgem de Nazaré é engrandecida por Deus em sua fé. Ela deve acreditar em lugar de todo Israel; deve estar à altura da história do povo de Deus. O que se exige de Maria é um passo que vai ao impenetrável: a fé pura. Sob a orientação de Deus, ela deve arriscar o seu ser pessoal aventurando-se em algo, o que é impossível em uma suposição puramente natural. Com isso ela deve fazer o que, na história da revelação que aconteceu até então, o povo eleito deveria ter feito continuamente, mas raramente o fez: ter uma história que brote da fé, onde receba a própria forma de sua existência humana.

A beleza do diálogo esponsal de Maria com Deus Pai

O Pai dirige-se à Virgem, propondo-lhe participar da Encarnação, conduz o diálogo, mas também permite que a sua criatura interaja em plena dignidade de criatura, podendo exercer não só a escuta, mas também ser perturbado (cf. Lc 1,29) e levanta a objeção (cf. Lc 1,34), como criatura plenamente livre, e ela, com a reflexividade e a problematicidade típicas de uma pessoa plenamente livre (cf. Lc 1,34), respondeu ao anjo: «Faça-se em mim o que disseste» (Lc 1,38). É precisamente nesta relação particular de paternidade divina e maternidade mariana para com Cristo que se capta outro raio de luz particular, como faísca de beleza que brota do misterioso encontro entre Criador e criatura, entre o Pai celeste e a Virgem Maria. Ela se torna, na medida do possível para uma criatura, a parceira de Deus na geração histórica do Filho e de sua missão. Esta presença estendida de Maria na existência e na ação do Filho Redentor e Salvador é entendida implícitamente na Anunciação como proposta sintética de Deus e na força do sim mariano como resposta sintética à oferta divina.

Portanto, o sim de Maria ao Anjo anunciador é a palavra de uma criatura e filha que, em sintonia com a Palavra de Deus, exprimiu sobretudo uma força performativa; ou seja, teve um efeito transformador no momento em que foi pronunciada: ao permitir a santificação daquele fragmento do dia de Nazaré, permitiu a virada decisiva em toda a história dos homens. O sim de Maria à Palavra permanece um paradigma da vida cristã, que, afinal, é uma vida de obediência à Palavra. 

Inaugurando esta primeira Jornada Bíblico-Mariológica acredito que entenderemos como estamos perante uma imensidão mariológica inesgotável e que ainda não ganhou cidadania na nossa existência mariológica. Pode o cristianismo viver sem a mariológica escuta da Palavra? Eu acredito que não!

Prof. Dr. Daniel Afonso

Profa. Carolline Muniz

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Aristide

O que é a Apologia? Defesa racional da fé cristã sobre Deus, Cristo, a Igreja e o sentido comum de todos os homens. As argumentações normalmente eram dirigidas aos gentios ou judeus. Também nas comunidades cristãs não católicas, aos membros mais duvidosos da Igreja, ou simplesmente aos fiéis que desejam aprofundar com consciência a fé pois como diz São Pedro: «antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês» (1 Ped 3,15).

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