Nossa Senhora de Czestochowa
POLÔNIA
Nossa Senhora de Czestochowa
POLÔNIA
Da longínqua Polônia, na região de Jasna Góra, Monte Claro, de Czestochowa, encontramos o maior santuário mariano do país que viu nascer e educou a piedade mariana de São João Paulo II. Este santuário ainda hoje é o centro da vitalidade espiritual da nação polaca chegando mesmo a uma média de quatro milhões de peregrinos por ano!
As grandes festividades acontecem em 3 de Maio Nossa Senhora Rainha da Polônia, 15 de Agosto Assunção da Bem Aventurada Virgem Maria, 26 de Agosto celebração de Nossa Senhora de Jasna Góra e por fim no dia 8 de Setembro a festa da Natividade de Nossa Senhora que contam com uma afluência média de dois milhões e meio de pessoas.
A vida do Santuário é pautada por uma calendário que anualmente permanece inalterado a exposição da imagem milagrosa desde às 6h00 até à Súplica de Jasna Gora às 21h. Das várias iniciativas pastorais sublinhamos a Família do Rosário de Jasna Góra.
As origens históricas do Santuário remontam à Ordem de São Paulo, Eremita do Egito que surgiu na Hungria no século XIII e que fundou em 1382, com o patrocínio do rei Ludovico d’Angiò, rei da Polônia e da Hungria, um mosteiro na colina de Jasna Góra. É nesta data que temos registro da presença da imagem de Nossa Senhora que se tornou meta de peregrinação dentro e fora da Polônia.
A afluência de peregrinos não deixou de aumentar a tal ponto que se começou a construir estruturas em cima de estruturas com estilos arquitetônicos diversos para aumentar o espaço de acolhimento dos peregrinos.
Um episódio particular deste santuário foi a resistência em 1655 à invasão que a Suécia realizou na Polônia e que no Santuário, fortificado ao longo dos séculos para proteger as diversas ofertas dos peregrinos de possíveis furtos. Graças a esta resistência juntamente com a devoção do Rei João Casimiro, no dia 1 de abril de 1656, Maria foi proclamada Rainha da Polônia. O coroamento da imagem aconteceu no dia 8 de setembro de 1717 e na Constituição de 1746 da Polônia se escreveu que ‘a nação é devota a esta sua Santíssima Rainha, a virgem Maria do quadro de Czestochowa, célebre pelos seus milagres, a qual concede nas necessidades a proteção’. Durante a ocupação da II Guerra Mundial os responsáveis das várias forças opostas aos invasores se encontravam no santuário, pelo que Jasna Góra é símbolo de esperança, vitória e liberdade convertendo-se na capital espiritual da Polônia.
A imagem milagrosa é o símbolo dos polacos no mundo, pois os seis séculos de história política, cultural e espiritual se condensam à volta da Bem Aventurada Virgem Maria. Compreender a Polônia significa ter consciência da construção da identidade da Jasna Góra.
Os milagres ligados a esta imagem remontam nos arquivos do Santuário a 1517 ainda que seja plausível encontrar mesmo antes outros milagres. A cultura religiosa polaca no encontro com o ícone de Nossa Senhora normalmente não fala, apenas olha. Isto demonstra a aliança com os fiéis polacos e a união da religiosidade mariana com o espírito nacional polaco. Protetora da integralidade da fé, dos valores humanos, cristãos e nacionais a eficácia da sua intercessão se encontra nos ex voto presentes aos milhares de todas os estratos sociais e de todos os tempos.
Em 1946 o Cardeal A. Hlond seguindo a inspiração do Papa Pio XII, consagrou a nação ao Coração Imaculado de Maria. Em 1956 a 26 de Agosto o Episcopado polaco juntamente com peregrinos de todo o mundo fez votos, por ocasião dos 300 anos da proclamação de Maria Rainha da Polônia, com o texto escrito pelo Cardeal Primaz Stefan Wyszynski ainda na prisão em Kománcza. Este ato desencadeia uma série de eventos chamados ‘grande novena’ que culminou com a queda do muro de Berlim.
Podemos concluir então que Nossa Senhora de Czestochowa é honrada como mãe da Igreja, se reforça a aproximação, sensibilização dos problemas e o acordar das consciências para a responsabilidade pela Igreja e a consolidação da fidelidade a Maria.
No seu santuário a Igreja local se une à Igreja universal, desde o ato de entrega a Maria realizado por São João Paulo II a 4 de junho de 1979, a imagem milagrosa é considerada a Nossa Senhora do Papa João Paulo II, a Nossa Senhora da unidade das Igrejas do Oriente com a Igreja do Ocidente.
Significado da imagem
O quadro representa a Santíssima Virgem Maria tendo na mão esquerda o Jesus menino. Os seus olhos olham para quem observa. Do lado esquerdo da face descem cabelos ondulados escondidos pelo manto. A cor é sobretudo entre o castanho escuro e o castanho claro. Na bochecha esquerda encontramos dois riscos, que percorrem de forma paralela metade da bochecha e se alonga em direção ao pescoço. Um terceiro risco transversal percorre a bochecha à altura do nariz. Em cima da fronte de Nossa Senhora encontramos uma estrela com 6 pontas. O Manto e a veste são azuis e a cor da veste de Jesus é carmíneo. O fundo do quadro é azul pálido com nuances tênues de verde. Jesus menino tem o braço levantado e na mão esquerda segura o Evangelho.
A narração edificante fala de uma pintura de São Lucas sobre a mesa onde se rezava e a Sagrada Família tomava as refeições. O quadro teria sido levado de Jerusalém para Constantinopla e deposto num templo. O Príncipe Russo Leão, se enamorou da beleza da imagem e o imperador teria lhe doado esta imagem de inestimável valor. Mais tarde por questões
bélicas, já com uma considerável fama pelos milagres obtidos, a imagem teria sido levada para a cidade de Jasna Góra e colocada na Igreja colocando-a ao cuidado dos monges paulinos.
Na reconstituição histórica-arqueológica sabemos hoje que a imagem chegou juntamente
com os paulinos a Jasna Gora em 1382. Contudo em 1430 durante um ataque sacrílego a imagem foi trespassada por uma espada que a despedaçou em 3 pedaços. A sua reconstrução ocorreu em 1434 e foi uma aproximação à antiga pintura com traços da pintura da idade medieval e do desenho original da imagem que provavelmente foi realizado no primeiro milênio cristão.
Os riscos na imagem da Virgem simbolizam as cicatrizes e referem-se aos cortes realizados na tela original. De fato, os restaurados quiseram conservar não apenas a imagem mas também a vida de Maria como arte da memória. Neste sentido a imagem adquiriu um grande valor artístico na sua originalidade iconográfica.
Sobre o significado desta imagem para São João Paulo II apresentamos aqui as suas palavras em 1979:
«Tantas vezes viemos aqui, neste santo lugar, em escuta pastoral vigilante, para ouvir bater o coração da Igreja e aquele da pátria no coração da Mãe. Jasna Góra é, de fato, não apenas uma meta de peregrinações para os polacos da Mãe Pátria e do mundo inteiro, mas é o santuário da nação. É necessário escutar com atenção este lugar santo para sentir como bate o coração da nação no coração da Mãe. Este coração, na verdade, palpita, como sabemos, com todos os acontecimentos da nação. Contudo, se quisermos saber como interpretar esta história do coração dos polacos, é necessário vir aqui, escutar com atenção este santuário, para entender o eco da vida da inteira nação no coração da sua Mãe e Rainha».
Maryjo Królowo Polski
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