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Relação entre o Espírito Santo, Maria e o Sacerdote

Se redescobrirmos a dimensão do Espírito Santo na vida de Maria, a Virgem aparecerá como aquela que foi arrebatada pelo Espírito de modo a poder conceber Cristo virginalmente e realizar o novo coração anunciado pelos profetas

(Ez 36,26 «darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e, em troca, darei um coração de carne»). 

Com Maria inicia a nova criação porque finalmente no sim da Anunciação passamos do antigo regime da Lei de Moisés, como acontece com Zacarias e Isabel seus representantes fiéis, para o novo regime da graça. Objeto do favor  de Deus [encontraste graça diante de Deus], Maria é quem finalmente supera a dureza do coração de Israel, um coração calejado incapaz de dizer sim a Deus, mas Maria pronuncia este sim total no Espírito que antecipa nela o Pentecostes.

Esta relação com o Espírito é importante para a concepção do sacerdócio que é uma consagração no Espírito. Por isso existe a graça que vem pela imposição das mãos e faz do sacerdócio menos uma instituição e mais um carisma:

A instituição pode se tornar fossilizada em estruturas que não respondem, que não são serviço, que são auto-suficientes, que não anunciam, que não comunicam mas o Espírito Santo que funda a instituição não pode se aprisionado, por isso “quando os filhos de Abraão se calam as pedras gritam.”

 A participação na exousia, ou seja, no poder espiritual de Cristo, de que os sacerdotes são ministros, orienta a sua vida para reconciliação escatológica. Isto transformará o Sacerdote não em funcionário mas se ele estiver em sintonia com o Espírito e se viver o sacerdócio como Maria viveu a sua maternidade pneumática, ou seja, no Espírito Santo e como obra do Espírito, então o sacerdócio é pneumático.

O sacerdote é como que uma nau no oceano da existência pronto a se mover segundo o sopro do Espírito. Este sopro no sacerdócio deve estar unido à santidade. Ressuscitar a graça de Deus transmitida com a imposição das mãos é viver segundo o Espírito e ao mesmo tempo construir a nova humanidade. 

Aqui se apresenta o problema político que tanto tem agitado as consciências cuja resposta é: a tarefa do sacerdote não é a função diretiva ou o ofício político, mas a assunção de uma linha de ação clara para defender os direitos humanos fundamentais e promover a causa de justiça e paz. O sacerdote deve empenhar-se nisso, se vive o sacerdócio no Espírito, em vista da construção de uma nova humanidade.

À luz do paradigma da Virgem nós encontramos a desejada renovação da espiritualidade sacerdotal.

O sacerdote, consciente do valor da presença de Maria no culto Igreja, seguirá o ritmo de sua vida como Maria aprendendo as atitudes mariológicas fundamentais:

Estes pontos que acabamos de sublinhar crescerão num clima de oração e de diálogo com Maria, para que exista uma renovação que é herdeira das tradições e promove formas novas de viver o mesmo mistério.

O contato com a Mãe de Jesus é o contato com uma pessoa viva, sempre pronta a intervir junto ao seu Filho, para que se realize na Igreja um sacerdócio animado pelo Espírito para o serviço de Deus e dos homens pela nossa salvação.

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