Santa Maria Mãe de Deus – Análise dogmático-litúrgica
Neste terceiro dia da novena entramos dentro do mistério admirável: Deus Pai envia Deus Filho para resgatar aqueles que estavam sob o domínio da Lei. E tudo isto acontece quando Jesus nasceu de Mulher! Centro da contemplação da vida da Igreja orante: Jesus o Sacramento inefável do Pai, nasceu de mulher e se oferece a quem ouve a Palavra e assim salva.
A expressão nascido de mulher é a mais antiga referência cronológica a Nossa Senhora. O Filho de Deus nasceu como todos de uma mulher, na fragilidade, na debilidade de todo o homem que nasce mas não assume um elemento: o pecado.
Mas porquê a incarnação? Porque dessa forma os escravos que nasceram debaixo da lei são resgatados. Como? pela Cruz, mas antes da Páscoa, o Pai envia o Filho que nasce de mulher, debaixo da lei que nos torna escravos e nos leva para a liberdade através da filiação. Assim todos podemos estar perante Deus sem o medo, em comunhão com o Filho do Pai e de Maria: Jesus Cristo.
E nós? Ao celebrarmos somos memória da mulher porque ao escutarmos a Palavra, nos tornamos contemplativos.
No Evangelho os pastores vieram adorar Jesus, os anjos anunciaram, os pastores peregrinaram ao local indicado e encontraram a Sagrada Família, depois disso: glorificaram e louvaram a Deus por tudo aquilo que tinham visto e ouvido.
E Maria, sabendo que o Filho é Deus, sabendo que foi reconhecido como Deus feito homem, conserva estas coisas no seu coração. Maria indaga as palavras e os gestos de Jesus. A maravilha a admiração até mesmo o temor para a Mãe é objeto de Meditação.
Pensemos um pouco o que é meditar?
Juntar os diversos sinais recolhidos ao longo do caminho, as palavras que romperam o silêncio de Deus, os eventos que assinalavam a vida do Filho, nas esperança de encontrar uma forma de decifrar o significado de tudo aquilo.
Foi isto que fez Paulo, na primeira leitura, é isso que faz Maria em São Lucas por duas vezes (Lc 1,19.51). Ainda que no caso da Virgem temos um acrescento: tudo acontece a partir de dentro dela, não são acontecimentos exteriores que são lidos por terceiros, ela é protagonista do Deus na história, a Filha do Pai medita: o significado dos mistérios de Cristo. Ela é guardiã de uma memória, a do Povo que procura a Sabedoria de Deus, procura conhecimento, a compreensão, a interioridade, a espiritualidade.
E onde se pode encontrar?
Nos acontecimentos de cada Palavra e de cada Evento do seu Filho Jesus.
O Deus conosco do segundo dia da Novena continua a ser o Sinal, por obra do Espírito Santo que se faz carne no ventre de Maria se alcança na plenitude dos tempos no ventre de Maria e ali estava Maria: a ponte da lei à graça, da escravidão à liberdade, e mais tarde da morte à vida pela Assunção.
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