NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE FÁTIMA PORTUGAL

NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE FÁTIMA PORTUGAL

Fátima é uma pequena cidade no centro de Portugal ao norte de Lisboa. Os acontecimentos narrados não acontecem naquela que na época era a aldeia, mas nas vizinhanças, numa localidade chamada Cova de Iria.

A 13 de Maio de 1917, aparece a Virgem Maria apresentando-se como Nossa Senhora do Rosário e como Coração Imaculado de Maria a três crianças: Lúcia dos Santos, Francisco e Jacinta Marto de 10, 9 e 7 anos respectivamente. As suas famílias dedicadas aos trabalhos nos campos, são humildes. Nossa Senhora aparece por 6 vezes até outubro, sempre no dia 13 de cada mês, tirando o mês de agosto em que ela aparece no dia 19, dado que os Pastorinhos estavam num interrogatório no momento da Aparição.

Para além da Virgem Maria, eles verão também presenças celestes e terão uma visão do inferno. Os videntes recebem de Maria Santíssima mensagens e segredos de importância mundial. Entre os pedidos da Virgem, encontramos a oração e a penitência pela conversão dos pecadores, em particular pela Rússia. A mensagem é de grande atualidade e claramente ligada a eventos históricos e políticos do tempo e as suas profecias, de modo que uma a uma se realizaram. Estas aparições deram um impulso a um grande movimento espiritual da parte das massas dos fiéis sempre mais numerosos. 

Uma grande impressão suscita o grandioso milagre do eclipse solar, vista no dia 13 de outubro por muitas pessoas. Depois de um aprofundado exame, o Bispo J. Correia da Silva no dia 13 de outubro de 1930 reconheceu a sobrenaturalidade das aparições de Fátima como um autêntico fenômeno sobrenatural.

No passar dos anos, para acolher da melhor forma um número sempre crescente de peregrinos, foram construídas duas basílicas juntamente com vários conventos e mosteiros. Fátima tornou-se um dos mais importantes santuários do mundo. Irmã Lúcia do Coração Imaculado de Maria escreveu as suas Memórias entre 1935 e 1941. Estas, juntamente com os volumes do rigoroso exame acerca dos eventos de Fátima tornou-se uma fonte para compreender o Segredo de Fátima. 

Para melhor entendermos as aparições de Fátima, tentaremos narrar os eventos históricos. 

Lúcia nasceu a 30 de março de 1907, é a mais nova dos sete filhos de Maria Rosa e de Antônio. Aos seis anos, faz a primeira comunhão e coloca simbolicamente nas mãos da estátua da Virgem, um coração. Este gesto é repetido várias vezes de forma espontânea e com sincera alegria, alguns dias antes de receber o Santíssimo Sacramento. No ano de 1915, Lúcia, ajudada pelas três amigas, leva aos pastos o rebanho da família sobre o Monte Cabeço. Um dia, as quatro amigas iniciaram a recitação do Rosário, e assim que começaram as orações viram de repente sobre as árvores uma figura de luz claríssima a agitar-se no ar. No final da oração a figura desapareceu. Lúcia e as suas amigas notaram por duas vezes, nos dias sucessivos a mesma presença. Os pais protestaram com as meninas de que aquilo seria fruto da sua imaginação e as proíbem de ir pastar com Lúcia. Esta encontra-se então com o rebanho de Jacinta e Francisco no mesmo monte Cabeço. Uma tarde, as crianças viram indistintamente uma figura branca e transparente ir ao seu encontro. Era um anjo. O querubim aparece, e a partir daquele momento, por mais três vezes para os preparar para receber a visita da Virgem. A criatura celeste se autodefine ‘Anjo da Paz’ e ‘Anjo de Portugal’. Ele assume o aspecto de um jovem de 14-15 anos e diz às crianças: “Não tenhais medo, sou o anjo da paz, rezai comigo!” 

Na primeira aparição comunica-lhes o seu espírito de reparação, ensinando-lhes uma oração: «Meu Deus eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão pelos que não creem, não adoram, não esperam e não vos amam». O Anjo ao recitar a oração, genuflecte colocando a cabeça em direção ao chão. No final, se levanta e diz: «Assim deveis rezar. Os corações de Jesus e Maria estão abertos às vossas orações».

Na segunda aparição enquanto as crianças brincavam no átrio da Família Santos junto ao poço, lhes aparece o Anjo e lhe ensina a prática do Sacrifício, sobretudo cotidiano.

Na terceira aparição do Anjo, as crianças estavam nos pastos e ao lado do rebanho estavam e em oração. Desta vez vêm-no imerso de uma estranha luz: tem na mão esquerda um cálice dentro do qual pinga sangue de uma hóstia suspensa no ar. O Anjo deixa flutuar o cálice no ar, depois se ajoelha próximo das três crianças e inicia a rezar desta forma: «Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu vos adoro profundamente e vos ofereço o preciosíssimo corpo, sangue, alma, divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com os quais Ele mesmo é ofendido, e pelos méritos infinitos do seu Sacratíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria peço-vos a conversão dos pobres pecadores».

Depois as crianças receberam a comunhão ‘mística’: tomou o cálice e a hóstia do ar e deu a comungar a Lúcia, e o sangue do cálice à Jacinta e Francisco, enquanto repetia estas palavras: «recebei o Corpo e bebei o Sangue de Jesus Cristo que foi ofendido assim, terrivelmente da ingratidão humana. Expiai os vossos pecados e consolai o vosso Deus!» Depois se ajoelhou de novo e repetiu com as crianças por três vezes a oração da Santíssima Trindade. Por fim, o anjo desapareceu no ar enquanto as crianças estavam cheias de paz e alegria interior.

Primeira aparição (13 de Maio 1917) – Depois da Santa Missa de domingo, as crianças levaram os rebanhos a pastar na Cova da Iria, em Cabeço, que mais tarde se tornaria famosa pelas aparições do anjo. Depois de ter comido e recitado o Rosário começaram a jogar. Por volta

do meio dia, um fulgor estranho percorre a atmosfera do céu sereno, as crianças o interpretaram como trovão e como tal, prevendo a tempestade, recolheram o rebanho e encaminham-se para regressar à casa. Passando próximo a alguns arbustos, em particular a um de mais de um metro de altura, ficam iluminados por uma luz branca muito clara no centro da qual vêm a figura de uma Senhora muito bela que os chama. É Nossa Senhora. A veste da Mãe de Deus tem o candor da neve, das mãos unidas na altura do peito das quais pende um gracioso rosário terminando numa cruz de ouro. Nossa Senhora tem impressos na sua face sinais de uma profunda tristeza. Com um gesto amigável aproxima as crianças e começa a falar.

A Ir. Lúcia escreve nas suas Memórias que as crianças não tiveram nenhum temor desta aparição, mas de uma possível tempestade. Só mais tarde entenderam que os trovões eram um reflexo da luz que circundava a Santa Virgem, que desde então aprenderam que quando aquela luz se mostrava, a aparição da amada Senhora estava próxima.

A segunda aparição aconteceu no dia do patrono da Paróquia de Fátima, Santo Antônio de Lisboa, 13 de junho. Depois da santa Missa as crianças acompanhadas por aproximadamente quarenta pessoas, que tinham ouvido acerca das aparições, dirigiram-se para o local da graça divina. Quando regressaram foram maltratados e açoitados pelos pais que não acreditavam neles.

Com profunda tristeza e amargor, mais tarde nas suas Memórias a irmã carmelita recorda que o mal provocado nela por este comportamento da família era semelhante às lágrimas de um sacrifício expiatório diante de Deus Nosso Senhor.

A terceira aparição acontece no dia 13 de julho onde acontece a visão do inferno e lhes são comunicadas as duas primeiras partes do famoso “Segredo de Fátima”. Nossa Senhora ensinou aos pastorinhos a seguinte oração: “Oh meu bom Jesus, perdoai os nossos pecados, livrai-nos do fogo inferno, levai as almas todas para o céu, principalmente as que mais precisarem da tua misericórdia.” Desta vez, mais de duas mil pessoas assistiram à aparição, inclusive parentes dos videntes. Depois de poucos dias da aparição, a mãe da Irmã Lúcia levou-a ao pároco que se demonstrou cético sobre as manifestações sobrenaturais marianas, atendendo que se podia tratar de um engano do demônio. 

Na quarta aparição do dia 19 de agosto, apesar da imprensa anticatólica, recordamos que Portugal alguns anos antes tinha sofrido um golpe de Estado impondo um regime Republicano claramente contra a Igreja Católica. Controlando os órgãos de imprensa nacionais. Portanto, no dia 13, afluíram mais de quinze mil pessoas. A multidão não vê Maria nem sequer os pastorinhos, apenas ouve o toar e vê um raio de trovão. Depois quando olharam para o céu puderam ver maravilhados às nuvens que irradiavam as cores luminosas do arco íris. A razão pela qual os pastorinhos não compareceram, deve-se ao fato que o Presidente da Câmara de Vila Nova de Ourém tinha sequestrado os três videntes para os entregar aos pais três dias depois, não sem antes lhes ter ameaçado de morte e tortura caso não lhe revelasse o Segredo. Esta quarta aparição não acontece no dia 13, mas no dia 19 de agosto. Nesta Lúcia e Francisco estão a pastar num prado quando vêm os trovões duas vezes e aparece-lhes Maria. Nossa Senhora pede às crianças para rezar pelos pecadores que vão para o inferno porque estes não têm ninguém que reze por eles. Para além disso, preanuncia um milagre e algumas curas para acreditar a fé dos presentes. Depois desaparece sempre em direção ao Oriente.

A quinta aparição de 13 de setembro conta já com milhares de pessoas, com uma visão coletiva que vê uma esfera luminosa na linha do horizonte em direção ao oriente, e encontramos também uma nuvem branca que envolve as crianças e que ao mesmo tempo faz chover pequenos flocos como brancas flores que se dissolvem quando tocam o solo.

A sexta e última aparição é a mais conhecida, no dia 13 de outubro. Nesta aparição temos já a presença do outono, grandes chuvas, a promessa do milagre de Nossa Senhora, e um número de cerca de cinquenta mil pessoas que esperam que tal aconteça juntamente com tantos doentes que imploram a cura. Não poucas pessoas genuflectem por reverência, e Nossa Senhora apresenta-se aos pastorinhos com as seguintes palavras: «Sou a Senhora do Rosário. Quero que construam aqui uma capela em minha honra. Se continuar a rezar o Santo Terço todos os dias. A guerra está para terminar e os soldados regressarão à casa». Depois Lúcia pede a Nossa Senhora para que cure alguns doentes e Ela responde: «Alguns serão curados, outros não porque devem melhorar e rezar pela expiação dos seus pecados». Depois com uma atitude triste disse ainda: «não se deveria mais ofender o Senhor que já foi tanto ofendido». Desaparecida a visão, as crianças viram à volta do sol outras visões indistintas. De forma improvisa a esfera solar começa a rodar de forma vertiginosa; é o prodígio anunciado por Maria alguns meses antes. Neste movimento o sol projeta sobre as pessoas cores do arco íris em todas as direções.

Para além destas conhecidas e narradas aparições devemos ainda acrescentar a aparição de Maria Santíssima antes da morte de Jacinta. A mais nova dos pastorinhos em Outubro de 1918 adoece gravemente e pouco tempo depois também Francisco. Nossa Senhora aparece a Jacinta que conta a Lúcia que ambos os seus primos sofreriam no hospital pela conversão dos pecadores e dessa forma lavariam os pecados contra o Coração Imaculado de Maria e de Jesus indo para o Céu pouco tempo depois. Na realidade Francisco morreu a 4 de abril de 1919 e Jacinta a 20 de fevereiro de 1920. 

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O Coração de Maria no II milênio

A primeira oração dirigida ao coração de Maria surge no século XII: o beneditino alemão Egberto de Schönau (m. 1184), irmão da famosa vidente Isabel de Schönau (m. 1165), deixou-nos uma oração que não se dirige apenas a Maria, mas ao seu coração, que de certa forma se personifica:

A História esquecida da Consagração ao Coração Imaculado de Maria pelos Papas do sec. XX

Sobre a posição de Pio XII, Lúcia lhe escreveu várias vezes para lhe dizer que “chegou o momento em que Deus pede ao Santo Padre que faça, em união com todos os bispos do mundo, a consagração da Rússia ao Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio.
Algumas palavras desta carta de 24 de outubro de 1940, precisamente as referentes aos bispos, foram omitidas na carta de 2 de dezembro do mesmo ano por sugestão dos superiores para facilitar a aceitação do pedido no Vaticano. Pio XII mostrou-se sensível a Fátima consagrando a santa Igreja e o mundo inteiro em 31 de outubro de 1942 e repetindo-o solenemente em 8 de dezembro do mesmo ano. Em 15 de dezembro de 1951 Lúcia confirmou o que já havia expressado, a saber, que o pedido de Nossa Senhora sobre a Rússia não foi atendido.

Convite do Papa João Paulo II à oração do Rosário

Descubra a rica dimensão espiritual do Rosário na visão de João Paulo II com a carta apostólica ‘Rosário da Virgem Maria’. Explore como esta oração milenar serve como uma ponte entre tradição e contemplação, aprofundando a compreensão dos mistérios da vida de Cristo e reforçando a conexão com Maria. Entenda a importância da inovação respeitosa na prática devocional e como o Rosário atua como um compêndio do Evangelho, oferecendo insights para a vida cristã no terceiro milênio.

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